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sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

Verdade velada

Gritos e choros não são ouvidos mais
Asfalto e engrenagens sufocaram-los
Foram abafados ao ponto de asfixia
Anacronismos selados por amarras e químicos

Não obstante, colocaram megafones nos risos e sorrisos
Disfarce perfeito
Busca-se a máscara grega da comédia
para estar sob os holofotes
Só assim são ouvidos mais.

Guardados nos armário da alma,
estão seus demônios e medos
A sete chaves, se alimentam da escuridão
Escuridão esta que se propaga à noite
Escapa sorrateiramente pela fresta dos sonhos,
e os transforma em pesadelos

Como uivos em um beco escuro,
anunciam a sua própria libertação
Sãos os corvos de olhos vermelhos, escarnecedores,
que te dilaceram o coração.

O dia amanhece
Os raios da felicidade violentamente os mandam
de volta para o abismo ainda aberto
Tapa-se o vazio com o seu sorriso mais bonito
Aquele, que mostra todos os dentes,
de brilho ofuscante sob os efeitos do clareamento dental
Disfarça-se as feridas com a roupa mais cara,
a da alegria
E vai-se pra vida
Cumpre-se seu papel social.

domingo, 30 de outubro de 2011

O que se vê

Sentia-se enciumada.
Para muitos estivera em lugar-nenhum ali mesmo.
Nunca fora colorida ou brilhante aos olhos alheios,
passava numa existência cinza e difusa.
Quase como se não estivesse realmente presente.
Poderia ser sonho-lembrança, com sabor de algo há muito esquecido.
Às vezes esbanjava riso, alegria e beleza.
Às vezes simples comentário arruinava tudo.
Peteleco inicial em sequência de dominós.
Então voltava a se reerguer, peça por peça.
Quem sabe conseguisse libertar-se dessa vez.
O tempo chegara.
Talvez até tivesse esbarrado em paleta de tintas, aquarela.
Olhavam-na com outros olhares.
Ou seriam olhos diferentes?

sexta-feira, 23 de setembro de 2011

Titleless

So, where's your soul?
Somewhere nearby that cliff?
Waiting to run or jump?
It's dangerous to walk so close the fall wheather you're so drunk
Take care, girl. You're closing your eyes in a bad time.
Don't let scape the youth of your life.

terça-feira, 14 de junho de 2011

"Então, não perca seu tempo comigo. Eu não sou um corpo que você achou na noite. Eu não sou uma boca que precisa ser beijada por outra qualquer. Eu não preciso do seu dinheiro. Muito menos do seu carro. Mas, talvez, eu precise dos seus braços fortes. Das suas mãos quentes. Do seu colo pra eu me deitar. Do seu conselho quando meu lado menina não souber o que fazer do meu futuro. Eu não vou te pedir nada. Não vou te cobrar aquilo que você não pode me dar. Mas uma coisa, eu exijo. Quando estiver comigo, seja todo você. Corpo e alma. Às vezes, mais alma. Às vezes, mais corpo. Mas, por favor, não me apareça pela metade. Não me venha com falsas promessas. Eu não me iludo com presentes caros. Não, eu não estou à venda. Eu não quero saber onde você mora. Desde que você saiba o caminho da minha casa. Eu não quero saber quanto você ganha. Quero saber se ganha o dia quando está comigo."
[ Caio Fernando Abreu ]